quinta-feira, 26 de agosto de 2010

ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS

Orientações Gerais - MEC/SEB

No dia 06/02/2006 o Presidente da República sancionou a Lei nº 11.274 que regulamenta o ensino fundamental de 9 anos. No Ensino Fundamental de nove anos, o objetivo é assegurar a todas as crianças um tempo maior de convívio escolar, maiores oportunidades de aprender e, com isso, uma aprendizagem com mais qualidade.
 

Modelo educacional vigente não provoca mudançaas de comportamento para construir a cidadania solidária, responsável e comrometida com o país e com seu futuro.

*Estrutura espacial: Organização deve favorecer uma ação comunicativa, construtiva, permitir a interação.
*Currículos e programas escolares: Valorizar os conhecimentos prévios e a realidade do aluno.

*Tempo da escola: Não pode ser rígido.
Desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões. O curriculo não pode fragmentar a realidade.
*Garantir o direito a educação, não somente ter acesso, mas conseguir permanecer na escola e se apropriar do conhecimento. Para isso é necessário a transformação da estrutura da escola, reorganização do tempo/espaço escolares, novas concepções de curriculos,conhecimento aprendizado e desenvolvimento humano, novas metodologias e avaliações.

A LDB considera princípios da escola com qualidade social:
-A escola deve assumir o papel de pólo irradiador de cultura e conhecimento.
Os pais, professores e gestores devem se unir para formar o Processo Educacional;
- Permanência na escola;
- Desenvolvimento do aluno deve ser referência principal na organização do tempo e espaço da escola;
- Ser humano possui multiplas dimensões, ritmos diferentes e conhecimento abordado na totalidade;
- Gestão participativa e compartilhada;
- Aluno deve aprender de fato.



AMPLIAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL PARA NOVE ANOS

Inclusão de crianças  de 6 anos de idade (6 aos 14 anos),
Assegurar um maior número de tempo na escola, mas que seja um temo eficaz, que contribua para um melhor aprendizado,
fundamentação legal
*Anos iniciais 1º ao 5º ano
*anos finais 6º ao 9º ano
"Alfabetização não é o único aspecto, nem tampouco isolado desse momento"
reconhecer as crianças como cidadãos,possuidoras de direitos entre eles educação pública de qualidade, proteção, cuidados.

ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

Reorganizar:   forma de gestão
                      ambiente
                      espaço
                      tempo
                      materiais
                      conteúdos
                      metodologias
                      objetivos
                      planejamentos
                      avaliação
Para que as crianças se sintam acolhidas e a transição educação Infantil e Ensino fundamental se dê de forma natural.

PROFESSOR

- Sintonizado com os aspectos relativos ao cuidado e educação;
- Portador ou receptivo dos conhecimentos das dimensões do aspecto sísico /cognitivo/linguistico/emocional/social e afetivo.

- Formação continuada: Continuado processo de formação dos sujeitos sociais historicamente envolvidos com a ação pedagógica, na busca pela qualidade social da educação;
Esse fazer precisa ser objeto de reflexão, de estudos, de planejamentos e de ações coletivas no interior da escola;
São essenciais para a qualidade social da educação:
- Reflexão sobre a sua prática pedagógica,
_ construção de um Projeto Politico Pedagógico autônomo,
_ Permanência;
_ Gestão democrática.

Para saber mais:
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12624%3Aensino-fundamental&Itemid=859

terça-feira, 24 de agosto de 2010

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

FREIRE,Paulo - Pedagogia da autonomia Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 

INTRODUÇÃO
Na introdução do livro ,Freire, esclarece aos professores, insistindo que formar um aluno muito mais que treinar e depositar conhecimentos simplesmente e, ainda que, para forma o, necessitamos de ética e coerência que precisam estar vivas e presentes em nossa prática educativa, pois esta faz parte de nossa responsabilidade como agentes pedagógicos. Ele fala da esperança e do otimismo necessários para mudanças e da necessidade de nunca se acomodar, pois "somos seres condicionados, mas não determinados". Paulo Freire apresenta três temas básicos para construir a Pedagogia da Autonomia, que leva formação para vida, são eles: a) não há docência sem discência; b) ensinar não é transferir conhecimento ; c) ensinar uma especificidade humana. O tema central da obra "a formação docente ao lado da reflexão sobre a  prática educativa progressiva em favor da autonomia do ser dos educandos".

NÃO HÁ DOCÊNCIA SEM DISCÊNCIA

Paulo Freire nos traz a reflexão crítica sobre nossa prática docente.
É preciso acontecer uma relação dialética entre o ensinar e aprender.
Professor ensina a pensar certo; ensina/aprende o conhecimento já existente, trabalhando a produção do conhecimento ainda não existente.
É preciso que haja respeito aos conhecimentos prévios, não pode haver um abismo entre os conteúdos e a realidade.
Despertar a curiosidade crítica, que nos deixa impacientes diante do mundo.
* Ética e estética:
- Educar pelo exemplo,
- Aceitar o novo/ rejeitar discriminação,
- Reflexão crítica sobre a prática =comunhão do aprendiz como professor formador;
- Reconhecimento da identidade cultural ( na dimensão coletiva e individual),
- Ser social, histórico, pensante, comnicativo, transformador, criador, idealizador de sonhos...

ENSINAR NÃO É TRANSFERIR CONHECIMENTOS

Ensinar não é tranferir conhecimentos,mas criar possibilidade para sua construção.
Consciência do inacabado do ser humano, ele "está sendo",
Como ser inacabado, o homem está numpermanente movimento de busca:
- Respeito a autonomia
- Bom senso
- Humildade, tolerância
- Apreensão da realidade
- Alegria e esperança
- Acreditar na mudança
- Curiosidade.

ENSINAR É ESPECIFICIDADE HUMANA

- Exige segurança, competência, generosidade, comprometimento,
- Compreender que a educação é intervenção no mundo,
- Liberdade e autoridade
Semlimites liberdade vira licença e autoridade vira autoritarismo
- Tomada de decisões
- Saber escutar
- Educação é ideológica
- Exige disponibilidade para o diálogo
- Ensinar exige querer bem os educandos.

Discurso ideológico nega sonhos, utopias, esperanças,nos anestesia a mente, distorce a percepção.

Educação: prática humana, com alma, sentimentos,emoções, desejos, sonhos...

Veja mais em http://www.youtube.com/watch?v=AGq8IADYCeY&feature=related

REFLEXÕES SOBRE ALFABETIZAÇÃO


FERREIRO,Emilia -Reflexões sobre alfabetização -  Editora Cortez


INTRODUÇÃO
O livro aborda o método da alfabetização a partir da psicogênese da língua oral e escrita, apresenta a visão da autora argentina Emilia Ferreiro apresentando suas pesquisas e demonstrando resultados significativos sobre os níveis de padrões evolutivos ( pré-silábico, silábico, silábico-alfabético e alfabético).
Num primeiro momento a autora apresenta a representação da língua no processo de alfabetização deixando uma reflexão sobre os saberes que o aluno traz para escola e como esses devem ser trabalhados pelo professor.

REFLETINDO
. Repensar a prática de alfabetização;
. Deslocar a investigação do "como se ensina" para o "como se aprende".


- Escrita é um sistema de representação e não codificação;
As crianças devem aprender o processo de construção e as regras de produção da escrita;

- Diferenças entre representação e decodificação:
Representação: apropriação de um objeto de conhecimento
Decodificação: aquisição de uma técnica.

- A criança precisa encontrar significado naquilo que aprende. Somente representar letras,não lhe garante aprendizado.
- Escrita é um objeto cultural com funções sociais.
- As escritas espontâneas devem ser interpretadas e avaliadas corretamente, observando:
* aspectos gráficos - qualidade dos traços
*aspectos construtivos - o que quis representar e os meiosutilizados.

- Eixo qualitativo: varia o repertório de letras
 Eixo quantitativo: varia a quantidade de letras

HIPÓTESES DE ESCRITA

*Pré-silábico: Não há preocupação com a sonoridade das letras.
* Silábico: Corresponde a quantidade de letras às partes que se reconhece na emissão oral (sílabas).
Primeiro sem atribuir valor sonoro e depois atribui.
Os conflitos vão desestabilizando essa hipótese.
Exemplo:    AF-            (GATO)
                 GT - AO     (GATO)
* Silábico alfabético: Transição dos esqueletos prévios para os esqueleto futuros. Antigamente dizia-se que as crianças "comiam"letras.
Conflitos: Não basta uma letra por sílaba,também não pode duplicar a quantidade de letras por sílaba.
Exemplo: MRIPSA (MARIPOSA)
*Alfabéticos: Mesmo que apresentem erros ortográficos.
Exemplo: XINELO (CHINELO)

DIFICULDADES
- Visão do adulto alfabetizado;
- Confusão entre desenhar letras e escrever
- Reduzir conhecimentos de leitor ao conhecimento das letras e seu valor sonoro


Para Ferreiro, a função da pré-escola deveria ser de permitir às cri­anças que não tiveram convivência com a escrita, informações básicas sobre ela, em situações de uso so­cial (não meramente escolar).
Para tanto é necessária imagina­ção pedagógica para dar às crianças oportunidades ricas e variadas de interagir com a linguagem escrita:
• Formação psicológica para compreender as respostas e as perguntas das crianças.
• Entender que a aprendizagem da linguagem escrita é muito mais que a aprendizagem de um código de transcrição e sim a construção de sistema de representação.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

DEZ NOVAS COMPETÊNCIAS PARA ENSINAR

PERRENOUD, Phillipe - Dez novas competências para ensinar. Porto alegre Artmed 2000


Neste livro, o autor aborda o ofício de professor, considerando temas como: prática reflexiva, a profissionalização docente, trabalho em equipe, autonomia e responsabilidade, pedagogias diferenciadas, centralizadas em dispositivos e em situações de aprendizagem, todas direcionadas à sensibilização do saber.
É uma proposta concreta através de um inventário de competencias que possam contribuir como um roteiro da atividade docente. Ele toma como guia um referencial de conpetencia adotado em genebra em 1996, para formação contínua. São 50 enunciados agrupados em 10 familias de competencias para um reflex~]ao das competencias profissionais privilegiando aquelas que emergem atualmente, ou seja propostas para uma futura representação desejável do oficio do professor. 
Competência: é a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações,...) para solucionar uma série de situações.
Relaciona o que é preciso saber para ensinar bem numa sociedade que se transforma ,onde as tecnologias mudam o trabalho, a comunicação, a vida cotidiana e até mesmo o pensamento.O professor precisa de uma postura reflexiva, passando a ser mediador do conhecimento e não o detentor absoluto. Passa a se exigir do professor que domine os saberes a serem ensinados, ser capaz de dar aulas e administrar uma turma avaliando-a da melhor forma possivel.

As competências constroem-se em formação e estão relacionadas ao trabalho. É um convite aos docentes, para uma reflexão do oficio e de suas praticas, orientando-se em sua formação continuada para desenvolver a cidadania e lutar contra o fracasso escolar.

Resumo das Dez novas competências

1) Organizar e dirigir situações de aprendizagem

*Conhecer conteúdos e traduzi-los em objetivos - a partir dos conhecimentos prévios;
* trabalhar com erro e sequencia - pesquisa

2) Administrar aprogressão das aprendizagens

*ter visão de objetivos;
*conhecer teorias;
*avaliação diagnóstica e permanente;
*balanços periódicos.

3) Conhecer e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação

*inclusão;
*lidar com as diversidades;
*cooperação.

4) Envolver o aluno em sua aprendizagem e em seu trabalho

aluno - autoavaliação/domina conceitos/pesquisa

5) Trabalhar em equipe

*gerenciar conflitos;
*discutir com a equipe;
*gestão democrática

6) Participar da administração da escola

*aluno participativo
*engajamento nas tarefas da escola

7) Informar e envolver os pais

* trazê-los para a escola
*reuniões periódicas
* envolvimento nas atividades

8) Utilizar novas tecnologias

*globalização;
*era planetária

9) Enfrentar os dilemas e deveres éticos da profissão

cidadania- regras da vida
violência- saber lidar
desenvolver: responsabilidade/solidariedade/senso de justiça

10) Administrar sua própria formação

*fazer um balanço das competências;
*analisar o fundamento de suas práticas;
*envolver-se em tarefas do sistema educativo;
*respeito e cooperação.

Profissionalização do professor 
"Competência não se transmite, se constrói. Nasce das experiências de reflexão e da reflexão das experiências"

O DIÁLOGO ENTRE ENSINO E APRENDIZAGEM -

WEISZ Telma - O dialógo entre o ensino e a aprendizagem - Atica 2006

A autora faz uma série de reflexões sobre o processo de aprendizagem das crianças, discorrendo sobre seu trabalho como alfabetizadora na escola pública para extrair exemplos e apresentar soluções.

Na sua visão é possível criar um novo tipo de educador capaz de mudar o rumo de suas ações, interpretar as respostas dadas pelos alunos e se corrigir.

Um livro destinado aos interessados exatamente nisto: no diálogo entre o ensino e a aprendizagem.

O que sabe uma criança que parece não saber nada? Que conhecimentos sobre a aprendizagem ajudam o professor a planejar o ensino?

É possível que o professor ensine uma coisa e o aluno aprenda outra? Como fazer o conhecimento do aluno avançar? Quando corrigir e quando não corrigir? Como fazer bons usos da avaliação?

Essas são algumas das principais questões a que o livro procura responder. Além disso, o último capítulo é uma defesa do desenvolvimento profissional permanente dos professores como condição para uma educação escolar de qualidade. 
Telma Weisz trata de alguns aspectos essenciais das mudanças ocorridas nas escolas, no que diz respeito a compreensão do processo de ensino e de aprendizagem, do ponto de vista construtivista.

Propõe um novo olhar sobre a aprendizagem . como as crianças constroem hipótese sobre a escrita e seus usos a partir da participação em situações nas quais os textos têm uma função social de fato.a função do professor é criar as condições para que o aluno possa exercer a sua ação de aprender participando de situações que favoreçam isso, no momento que o professor entender que o aprendiz sempre sabe alguma coisa e pode usar esse conhecimento para seguir aprendendo, ele se dá conta de que a pura intuição não é mais suficiente para guiar seu trabalho, o professor precisa de um conhecimento que é produzido no território da ciência. Isso porque, na verdade a gente consegue ver apenas o que tem instrumento para compreender.

Conhecimento é produto da ação e reflexão do aprendiz.

Conhecimento novo é resultado de um processo de ampliação, diversificação e aprofundamento do conhecimento anterior.
Professor tem que "aprender" a entender o que o aluno está pensando.Cabe ao professor organizar situações de aprendizagem em que os alunos precisam pôr em jogo tudo o que sabem e pensam sobre o conteúdo que se quer ensinar; os alunos têm problemas a resolver e decisões a tomar em função do que se propõem produzir;a organização da tarefa pelo professor garante a máxima circulação de informação possível; o conteúdo trabalhado mantém suas características de objeto sociocultural real, sem se transformar em objeto escolar vazio de significado social.  

Histórico

Anos 20 - ESCOLA NOVA

- Criança não é adulto em miniatura;
- valorizam o individuo como se livre, ativo e social;
- aprendizagem pela descoberta;
- desinteresse pelo conteúdo;
- empirismo


CONSTRUTIVISMO

- aprendizagem pela resolução de problemas;
- aprender a aprender;
- autonomia
- valorização dos conhecimentos prévios;


Conhecimento prévio não é aquele ensinado anteriormente pelo professor, mas aquele que o aluno traz de forma desordenada, não há conhecimento prévio "arrumadinho".

Novo conteúdo - o que já sabem + o que vão produzir com e sobre esses saberes 
Dialogar:
- processo de ensino = professor
- processo de aprendizagem = aluno


Ação do professor: - concepção do conteúdo que ele espera que o aluno aprenda;
- concepção do processo de aprendizagem ( caminhos em que a aprendizagem acontece);
- concepção de como deve se o ensino.

Professor deve oferecer desafios para que ocorra uma boa situação de aprendizagem.

Princípios:

- os alunos põem em jogo tudo o que sabem e pensam sobre o conteúdo que se quer ensinar;
- os alunos tem problemas a resolver e decisões a tomar em função do que se propõem produzir;
- o professor garante a máxima circulaçao de informações possíveis;
- o conteúdo trabalhado mantem suas caracteristicas de objeto sociocultural, sem se transformar em objeto escolar vazio de significado social.

Como e quando corrigir?
Vai depender do momento da aprendizagem que o aluno se encontrar;

-Alfabéticos= corrigir ortografia
-Avaliação inicial = mapear os conhecimentos prévios.
-Avaliação de percurso ou formativa = como estão progredindo após as situações planejadas;

Trabalhos diferenciados:
- conjunto com o colega;
- grupo de apoio pedagógico;
- reagrupamento.

Avaliação = replanejar o ensino

Professor: prática reflexiva/atualização constante.