terça-feira, 2 de novembro de 2010

LER E ESCREVER NA ESCOLA

 LENER, Délia LER E ESCREVER NA ESCOLA: O REAL, O POSSÍVEL E O NECESSÁRIO. 128 págs., Ed. Artmed

Delia Lerner discute as tensões envolvidas nessa questão e propõe soluções para transformar o cenário. Com embasamento teórico consistente, ajuda os educadores na compreensão do que precisa ser ensinado quando se quer formar leitores e escritores de fato. Delia também explicita a importância de o professor criar condições para que os alunos participem ativamente da cultura escrita desde a alfabetização inicial, uma vez que constroem simultaneamente conhecimentos sobre o sistema de escrita e a linguagem que usamos para escrever. Com prefácio escrito por Emilia Ferreiro, é leitura obrigatória para quem trabalha com Educação Infantil, professores alfabetizadores e de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental, estudantes de Pedagogia e formadores de professores alfabetizadores.  (Nova Escola)

Embora seja papel social da escola formar leitores e escritores autônomos, a instituição ainda não desenvolve essa tarefa com plenitude. Prova disso é o índice de alfabetismo rudimentar e básico, que permanece alto no Brasil e na América Latina há tempos. Apenas a minoria da população é plenamente alfabetizada - isto é, consegue ler e compreender textos complexos e expressar o que pensa de forma escrita. 

A escola precisa resgatar o sentido que a leitura e escrita tem como práticas sociais.E seu maior desafio: formar leitores e escritores competentes
A leitura deve ser transformada de Objeto de ensino para objeto de aprendizagem
Os propósitos do ensino da leitura e escrita dividem-se em escolares e extra-escolares, e entram em choque, se aprendem simplesmente, não usarão na vida social, e se a escola abandonar os propositos didáticos estará abandonando a função ensinante.
Dar significado a atividades: levar em conta o tempo da aprendizagem e preservar o sentido do objeto de ensino.

O maior desafio é formar praticantes de leitura e escrita e não apenas decodificadores do sistema de escrita.
Combater o analfabetismo funcional.

Objeto de conhecimento : que existe fora da esola e o realmente ensinado estão muito distantes.

Há um abismo entre a prática escolar e a prática social. O conteúdo é distribuido conforme o tempo, que exerce uma pressão sobre o professor.

Ferramentas para transformar o ensino:
- Estabelecer objetivos por ciclo;
- Prioridade dos objetivos gerais sobre os específicos;
- Correspondencia entre objetivos e atividades;
- Superar a separação entre apropriação do sistema de escrita e desenvolvimento da leitura e da escrita.

Transformar a leitura em objeto de aprendizagem e não somente objeto de ensino.


A educadora argentina fala sobre o processo de elaboração de Ler e Escrever na Escola e os reflexos que a obra promoveu na Educação.

Qual foi a motivação para escrever este livro?
A consciência de que era preciso colocar em primeiro plano a análise das possibilidades e das difi culdades da escola em assimilar projetos de ensino de leitura e escrita.

Surgiram dúvidas enquanto trabalhava o texto?
Como elas poderiam não surgir? Escrever é comprometer-se com o que é dito. Porém, o mais importante durante a elaboração do livro foi analisar o real - as condições em que se trabalha na escola, a função social e as características da instituição - e ao mesmo tempo priorizar o possível, com a missão de transformar o ensino para favorecer a formação de todos os alunos como leitores e escritores plenos.

É possível ver avanços nessa área depois que o livro foi publicado?
Não creio que ele tenha produzido efeitos mágicos. Lamentavelmente, acho que nenhum consegue tal feito. Mas espero que já tenha esclarecido alguns problemas e ajudado educadores a encontrar caminhos para avançar na difícil tarefa de ensinar.

POR QUE LER

- É um excelente ponto de partida para promover as práticas de leitura e escrita nas escolas.
- Porque os comportamentos leitor e escritor são conteúdos de ensino.
- Propõe fazer da escrita mais que um objeto de avaliação.
- Explicita a importância de o professor ser leitor.
- Permite a compreensão do processo de alfabetização inicial como acesso à cultura escrita.
- Revela a necessidade da formação continuada, mas ressalta que ela não é suficiente para a mudança de propostas didáticas.
- Esclarece quanto a produção escrita tem a colaborar para que o aluno se descubra praticante autônomo e independente e explica como ela deve ser trabalhada na escola, com revisão e rascunhos, por exemplo.