terça-feira, 24 de abril de 2012

PROJETO: DISLEXIA



DISLEXIA: APRENDENDO A “LER” AS DIFERENÇAS
 

JUSTIFICATIVA
No Brasil, segundo estimativa cerca de 15 milhões de pessoas têm algum tipo de necessidade especial. As necessidades especiais podem ser de diversos tipos: mental, auditiva, visual, físico, conduta ou deficiências múltiplas. Deste universo, acredita-se que, pelo menos, noventa por cento das crianças, na educação básica, sofram com algum tipo de dificuldade de aprendizagem relacionada à linguagem. Entre elas, a dislexia é a de maior incidência.
A dislexia é a incapacidade parcial de a criança ler compreendendo o que se lê, apesar da inteligência normal, audição ou visão normais e de suas dificuldades sócio-culturais.
Todas as leis, legislação e diretrizes educacionais, não são especificas para os disléxicos, apenas o engloba o que tange a inclusão escolar, como direito de qualquer cidadão.
Com base nesses dados este Projeto pretende, dentro de uma perspectiva de sensibilização e informação, responder a uma necessidade que se faz essencialmente presente no atual sistema educacional. A desinformação entre pais e educadores, tem deixado à margem das salas de aula, e do bom convívio familiar e social, as crianças disléxicas e/ou com problemas de aprendizagem.

OBJETIVOS
Objetivo Geral:
Promover melhores condições de vida e de convivência sócia aos portadores de dislexia, e contribuir para uma sociedade verdadeiramente inclusiva.
Objetivos Específicos:
·         Esclarecer e orientar os docentes e pais quanto à dislexia;
·         Estimular os envolvidos a melhor atender os dislexos;
·         Incluir a criança com dificuldade no aprendizado;
·         Permitir que a criança elabore e supere os conflitos resultantes dos sintomas psicogênicos;
·         Amparar o professor e dar condições para desenvolver seu trabalho com habilidade, segurança e comprometimento.
PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO
  • Informar ao professor como diagnosticar o problema da criança, através de cursos de capacitação, palestras, vídeos, textos, etc.
  • Encaminhar o aluno para os devidos cuidados clínicos (o posto de saúde mantém psicólogos, neurologistas e fonoaudiólogos, se preciso for).
  • Montar uma sala com recursos pedagógicos para trabalhar com o aluno.
  • Esta sala deverá estar equipada com:
§  Livros somente com gravuras para que o aluno possa produzir sua história e o professor será o escriba;
§  Alfabeto vazado, para que o aluno perceba pelo tato o formato das letras;
§  Tanque de areia;
§  Massa de modelar;
§  Tintas coloridas;
§  Jogos de encaixe com letras.

·         Solicitar um professor especializado para trabalhar em período oposto com a criança, onde ele possa proporcionar momentos de aprendizado e reflexão sobre a leitura e escrita;
·         Organizar um portfólio contendo a evolução do aluno para a avaliação do projeto.
·         No período normal de estudos a criança se socializará com as outras e já terá atividades elaboradas dentro do contexto da turma, porém adaptadas as suas necessidades.
·         Orientar os pais durante as reuniões e exposições de trabalho sobre como proceder com seu filho.

BIBLIOGRAFIA

·         PESTUN, Magda, VANZO, S., CIASCA, Sylvia, GONÇALVES, Vanda M. Gimenes. A Importância da Equipe Interdisciplinar no Diagnóstico da Dislexia do Desenvolvimento.Pediatria Moderna - Abril 2000
·         Ellis AW. Leitura, escrita e dislexia: uma análise cognitiva. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1995.
·         Resolução CNE/CEB 4/2009 -    Institui diretrizes operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica. modalidade educação especial.
 Vereador Floriano Pesaro - São Paulo - SP.
·         Programa de Apoio ao Aluno Portador de Distúrbios Específicos de Aprendizagem Diagnósticos como Dislexia.
   Projeto de Lei 086/06 - Vereador Juscelino Gadelha - São Paulo - SP.
Projeto de Decreto legislativo 712/05 - Vereador Adilson Amadeu - São Paulo - SP.
·         Programa Estadual para Identificação e Tratamento da Dislexia na Rede Oficial de Educação.
    Lei n.º 12.524, de 2 de Janeiro de 2007.

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO


Contribuições Teóricas
Sigmund Freud (1856-1939)
  Propõe, à data, um novo e radical modelo da mente humana, que alterou a forma como pensamos sobre nós próprios, a nossa linguagem e a nossa cultura. A sua descrição da mente enfatiza o papel fundamental do inconsciente na psique humana e apresenta o comportamento humano como resultado de um jogo e de uma interacção de energias.
·    Estudo do desenvolvimento psíquico da pessoa a partir do estádio indiferenciado do recém-nascido até à formação da personalidade do adulto.
·        Muitos dos problemas psicopatológicos da idade adulta de que trata a Psicanálise têm as suas raízes, as suas causas, nas primeiras fases ou estádios do desenvolvimento.
·        Na perspectiva freudiana, a “construção” do sujeito, da sua personalidade, não se processa em termos objectivos (de conhecimento), mas em termos objectais.
·        O objecto, em Freud, é um objecto libidinal, de prazer ou desprazer, “bom ou mau”, gratificante ou não gratificante, positivo ou negativo.
·        A formação dos diferentes estádios é determinada, precisamente, por essa relação objectal. (Estádios: Oral, Anal, Fálico, Latência, Genital)
Erik Erikson (1904-1994)
·    No seu trabalho mais conhecido, Erikson propõe 8 estádios do desenvolvimento psicossocial através dos quais um ser humano em desenvolvimento saudável deveria passar da infância para a idade adulta. Em cada estádio cada sujeito confronta-se, e de preferência supera, novos desafios ou conflitos. Cada estádio/ fase do desenvolvimento da criança é importante e deve ser bem resolvida para que a próxima fase possa ser superada sem problemas.
·    Tal como Piaget, concluiu que não se deve apressar o desenvolvimento das crianças, que se deve dar o tempo necessário a cada fase de desenvolvimento, pois cada uma delas é muito importante. Sublinhou que apressar o desenvolvimento pode ter consequências emocionais e minar as competências das crianças para a sua vida futura.
Jean Piaget (1896-1980)
Foi um dos investigadores mais influentes do séc. 20 na área da psicologia do desenvolvimento. Piaget acreditava que o que distingue o ser humano dos outros animais é a sua capacidade de ter um pensamento simbólico e abstrato. Piaget acreditava que a maturação biológica estabelece as pré-condições para o desenvolvimento cognitivo. As mudanças mais significativas são mudanças qualitativas (em género) e não qualitativas (em quantidade).
·   Existem 2 aspectos principais nesta teoria: o processo de conhecer e os estádios/ etapas pelos quais nós passamos à medida que adquirimos essa habilidade.
·    Como biólogo, Piaget estava interessado em como é que um organismo se adapta ao seu ambiente (ele descreveu esta capacidade como inteligência) - O comportamento é controlado através de organizações mentais denominadas “esquemas”, que o indivíduo utiliza para representar o mundo e para designar as ações.
·    adaptação é guiada por uma orientação biológica para obter o balanço entre esses esquemas e o ambiente em que está.( Equilibração).
 Assim, estabelecer um desequilíbrio é a motivação primária para alterar as estruturas mentais do indivíduo.
·    Piaget descreveu 2 processos utilizados pelo sujeito na sua tentativa de adaptação: assimilação e acomodação. Estes 2 processos são utilizados ao longo da vida à medida que a pessoa se vai progressivamente adaptando ao ambiente de uma forma mais complexa.
 Lev Vygotsky (1896-1934)
 Desenvolveu a teoria sociocultural do desenvolvimento cognitivo. A sua teoria tem raízes na teoria marxista do materialismo dialético, ou seja, que as mudanças históricas na sociedade e a vida material produzem mudanças na natureza humana.
·   Vygotsky abordou o desenvolvimento cognitivo por um processo de orientação. Em vez de olhar para o final do processo de desenvolvimento, ele debruçou-se sobre o processo em si e analisou a participação do sujeito nas atividades sociais → Ele propôs que o desenvolvimento não precede a socialização. Ao invés, as estruturas sociais e as relações sociais levam ao desenvolvimento das funções mentais.
·    Ele acreditava que a aprendizagem na criança podia ocorrer através do jogo, da brincadeira, da instrução formal ou do trabalho entre um aprendiz e um aprendiz mais experiente.
·   O processo básico pelo qual isto ocorre é a mediação (a ligação entre duas estruturas, uma social e uma pessoalmente construída, através de instrumentos ou sinais). Quando os signos culturais vão sendo internalizados pelo sujeito é quando os humanos adquirem a capacidade de uma ordem de pensamento mais elevada.
•    Ao contrário da imagem de Piaget em que o indivíduo constrói a compreensão do mundo, o conhecimento sozinho, Vygostky via o desenvolvimento cognitivo como dependendo mais das interações com as pessoas e com os instrumentos do mundo da criança
•    Esses instrumentos são reais: canetas, papel, computadores; ou símbolos: linguagem, sistemas matemáticos, signos.
Vygostsky sublinhou as influências socioculturais no desenvolvimento cognitivo da criança:
n O desenvolvimento não pode ser separado do contexto social
n A cultura afeta a forma como pensamos e o que pensamos
n Cada cultura tem o seu próprio impacto
n O conhecimento depende da experiência social
·    A criança desenvolve representações mentais do mundo através da cultura e da linguagem.
Konrad Lorenz (1903-1989)
 ·    Desenvolveu a ideia de um mecanismo inato que desencadeia os comportamentos instintivos (padrões de acção fixos) → modelo para a motivação para o comportamento
·    Considera-se hoje que o sistema nervoso e de controlo do comportamento envolvem transmissão de informação e não transmissão de energias.
·    O seu trabalho empírico é uma das grandes contribuições, sobretudo no que se refere ao IMPRINTING e aos PERÍODOS CRÍTICOS
·    o imprinting é um excelente exemplo da interação de fatores genéticos e ambientais no comportamento – o que é inato e específico na espécie e  as propriedades específicas da aprendizagem;
·    O trabalho de Lorenz forneceu uma evidência muito importante de que existem períodos críticos na vida onde um determinado tipo definido de estímulo é necessário para o desenvolvimento normal. Como é necessária a exposição repetitiva a um estímulo ambiental (provocando uma associação com ele), podemos dizer que o imprinting é um tipo de aprendizagem, ainda que contendo um elemento inato muito forte.
 Henri Wallon (1879 – 1962)
 ·    Wallon procura explicar os fundamentos da psicologia como ciência, os seus aspectos epistemológicos, objectivos e metodológicos.
- Considera que o homem é determinado fisiológica e socialmente, sujeito às disposições internas e às situações exteriores.
·    Wallon propõe a psicogénese da pessoa completa (psicologia genética), ou seja, o estudo integrado do desenvolvimento.  
o   Para ele o estudo do desenvolvimento humano deve considerar o sujeito como “geneticamente social” e estudar a criança contextualizada, nas relações com o meio. Wallon recorreu a outros campos de conhecimento para aprofundar a explicação dos factores de desenvolvimento (neurologia, psicopatologia, antropologia, psicologia animal).
·    Considera que não é possível selecionar um único aspecto do ser humano e vê o desenvolvimento nos vários campos funcionais nos quais se distribui a atividade infantil (afetivo, motor e cognitivo).  
·    Vemos então que para ele não é possível dissociar o biológico do social no homem. Esta é uma das características básicas da sua Teoria do Desenvolvimento.
 Burrhus F. Skinner (1904 – 1990)
 ·     Tinha uma abordagem sistemática para compreender o comportamento humano, uma abordagem de efeito considerável nas crenças e práticas culturais correntes.
·    Fez investigação na área da modelação do comportamento pelo reforço positivo ou negativo (condicionamento). O condicionamento operante explica que um determinado comportamento tem uma maior probabilidade de se repetir se a seguir à manifestação do comportamento se apresentar de um reforço (agradável). É uma forma de condicionamento onde o comportamento acabará por ocorrer antes da resposta.
·    A aprendizagem, pode definir-se como uma mudança relativamente estável no potencial de comportamento, atribuível a uma experiência - Importância dos estímulos ambientais na aprendizagem
 Albert Bandura (1925-presente)
 ·    É, tal como Skinner, da linha behaviorista da Psicologia. No entanto enfatiza a modificação do comportamento do indivíduo durante a sua interação. Ao contrário da linha behaviorista radical de Skinner, acredita que o ser humano é capaz de aprender comportamentos sem sofrer qualquer tipo de reforço. Para ele, o indivíduo é capaz de aprender também através de reforço vicariante, ou seja, através da observação do comportamento dos outros e de suas consequências, com contacto indireto com o reforço. Entre o estímulo e a resposta, há também o espaço cognitivo de cada indivíduo.
·   ·    As pessoas aprendem pela observação dos outros.
·    A aprendizagem é um processo interno que pode ou não alterar o comportamento.
·    As pessoas comportam-se de determinadas maneiras para atingir os seus objetivos.
·    O comportamento é auto-dirigido (por oposição a determinado pelo ambiente)
·    O reforço e a punição têm efeitos indiretos e impredizíveis tanto no comportamento como na aprendizagem.
·   Os adultos (pais, educadores, professores) têm um papel importante como modelos no processo de aprendizagem da criança.
Urie Bronfenbrenner (1917 – presente)
 ·    Um dos grandes autores que desenvolveu a Abordagem Ecológica do Desenvolvimento Humano: o sujeito desenvolve-se em contexto, em 4 níveis dinâmicos – a pessoas, o processo, o contexto, o tempo.
·    A sua proposta difere  da Psicologia Científica até então (70’s): privilegia os aspectos saudáveis do desenvolvimento, os estudos realizados em ambientes naturais e a análise da participação da pessoa focalizada no maior nº possível de ambientes e em contacto com diferentes pessoas.
·    Define o desenvolvimento humano como “o conjunto de processos através dos quais as particularidades da pessoa e do ambiente interagem para produzir constância e mudança nas características da pessoa no curso de sua vida" (Bronfenbrenner, 1989, p.191).
·   A Abordagem Ecológica do Desenvolvimento privilegia estudos longitudinais, com destaque para instrumentos que viabilizem a descrição e compreensão dos sistemas da maneira mais contextualizada possível.


Arnold Gesell (1880-1961)
·    Foi pioneiro na sua metodologia de observação e medição do comportamento e, portanto, foi dos primeiros a implementar o estudo quantitativo do desenvolvimento humano, do nascimento até à adolescência.
·    Realizou uma descrição detalhada e total do desenvolvimento da criança; realça, com base em pesquisas rigorosas e sistemáticas, o papel do processo de maturação no desenvolvimento.
·    Gesell e colaboradores caracterizaram o desenvolvimento segundo quatro dimensões da conduta: motora, verbal, adaptativa e social. Nesta perspectiva cabe um papel decisivo às maturações nervosa, muscular e hormonal no processo de desenvolvimento.
·    Desenvolveu, a partir dos seus resultados, escalas para avaliação do desenvolvimento e inteligência.
·    Inaugurou o uso da fotografia e da observação através de espelhos de um só sentido como ferramentas de investigação


TEORIAS DE PIAGET E VYGOTSKY


Críticas e Implicações Educativas

Jean Piaget (1896-1980) foi um dos investigadores mais influentes do séc. 20 na área da psicologia do desenvolvimento. Piaget acreditava que o que distingue o ser humano dos outros animais é a sua capacidade de ter um pensamento simbólico e abstrato.
·    Piaget acreditava que a maturação biológica estabelece as pré-condições para o desenvolvimento cognitivo. As mudanças mais significativas são mudanças qualitativas (em gênero) e não qualitativas (em quantidade).
 ·    Existem 2 aspectos principais nesta teoria:
1. O processo de conhecer e
2. Os estágios pelos quais nós passamos à medida que adquirimos essa habilidade.
A formação de Piaget como biólogo influenciou ambos os aspectos desta teoria.
O comportamento é controlado através de organizações mentais denominadas “esquemas”, que o indivíduo utiliza para representar o mundo e para designar as ações.
·    Essa adaptação é guiada por uma orientação biológica para obter o balanço entre esses esquemas e o ambiente em que está. (equilibração). Assim, estabelecer um desequilíbrio é a motivação primária para alterar as estruturas mentais do indivíduo.
·    Piaget descreveu 2 processos utilizados pelo sujeito na sua tentativa de adaptação:
•  assimilação e •  acomodação.
Estes 2 processos são utilizados ao longo da vida à medida que a pessoa se vai progressivamente adaptando ao ambiente de uma forma mais complexa. À medida que os esquemas se vão tornando mais complexos (i.e., responsáveis por comportamentos mais complexos) eles são estruturas “terminais” e à medida que as estruturas de uma pessoa se vão tornando mais complexas, elas são organizadas também de forma mais hierarquizada. (i.e., do geral para o específico).
O que é conhecimento para Piaget?
•    Conhecimento Físico
–    Conhecer os atributos dos objetos
–    Concreto e observável
•    Conhecimento Lógico-matemático
–    Construção mental de relações
•    Conhecimento Social
O que é pensamento para Piaget?
•    De acordo com Piaget, o desenvolvimento cognitivo consiste em adaptações às novas observações e experiência.
•    A adaptação toma duas formas:
–    Assimilação
–    Acomodação
Teorias de Piaget sobre desenvolvimento cognitivo
•     Organização e adaptação
–     Organização: à medida que aumenta a maturação da criança, elas organizam padrões físicos ou esquemas mentais em sistemas mais complexos.
–      Adaptação: capacidade de adaptar as suas estruturas mentais ou comportamento para se adaptar às exigências do meio.
•     Assimilação e acomodação
–      Assimilação: moldar novas informações para encaixar nos esquemas existentes.
–      Acomodação: mudança nos esquemas existentes pela alteração de antigas formas de pensar ou agir.
•     Processo desenvolvimental
–      Equilibração: tendência para manter as estruturas cognitivas em equilíbrio.
Estágios de desenvolvimento:
•     Estágio sensório-motor (do nascimento aos 2/3 anos) - a criança desenvolve um conjunto de "esquemas de ação" sobre o objeto, que lhe permitem construir um conhecimento físico da realidade. Nesta etapa desenvolve o conceito de permanência do objeto, constrói esquemas sensório-motores e é capaz de fazer imitações, construindo representações mentais cada vez mais complexas
•     Estágio pré-operatório (ou intuitivo) (dos 2/3 aos 6/7 anos) - a criança inicia a construção da relação causa e efeito, bem como das simbolizações. É a chamada idade dos porquês e do faz-de-conta.
•     Estágio operatório-concreto (dos 6/7 aos 10/11 anos) - a criança começa a construir conceitos, através de estruturas lógicas, consolida a conservação de quantidade e constrói o conceito de número. Seu pensamento apesar de lógico, ainda está preso aos conceitos concretos, não fazendo ainda abstrações.
•     Estágio operatório-formal (dos 10/11 aos 15/16 anos) - fase em que o adolescente constrói o pensamento abstrato, conceptual, conseguindo ter em conta as hipóteses possíveis, os diferentes pontos de vista e sendo capaz de pensar cientificamente.


Críticas a teoria de Piaget
•     Preocupações metodológicas nas pesquisas
–      As tarefas apresentadas por Piaget são muito complexas
–      Requerem aptidões verbais
–      Natureza subjetiva das entrevistas clínicas
•     Preocupações acerca da natureza do desenvolvimento
–      Mudanças qualitativas?
–      Universalidade?
–      Influências culturais?
•     Subestimou a importância do conhecimento
•     Subestimou as capacidades das crianças
•     Subestimou o impacto da CULTURA:
–      As tarefas de Piaget têm uma base cultural
–      Escolaridade e literacia afeta os níveis de desenvolvimento
–      Pensamento formal não é universal
Implicações na educação
•     3 Princípios da teoria de Piaget
–      Aprendizagem por descoberta
–      Prontidão para a aprendizagem
–      Diferenças individuais
•     Piaget acreditava que as crianças só aprendiam através da sua ação sobre o ambiente
•     Abordagem construtivista
•     Facilitar em vez de direcionar a aprendizagem,
•     Considerar os conhecimentos da criança e o seu nível de pensamento
•     Avaliação contínua
•     Promoção da saúde intelectual dos estudantes
•     Tornar a sala de aula num espaço de exploração e descoberta


 Lev Vygotsky desenvolveu a teoria sociocultural do desenvolvimento cognitivo.
·    A sua teoria tem raízes na teoria marxista do materialismo dialética, ou seja, que as mudanças históricas na sociedade e a vida material produzem mudanças na natureza humana.
·    Vygotsky abordou o desenvolvimento cognitivo por um processo de orientação. Em vez de olhar para o final do processo de desenvolvimento, ele debruçou-se sobre o processo em si e analisou a participação do sujeito nas atividades sociais.
·    Ele propôs que o desenvolvimento não precede a socialização. Ao invés, as estruturas sociais e as relações sociais levam ao desenvolvimento das funções mentais.
·    Ele acreditava que a aprendizagem na criança podia ocorrer através do jogo, da brincadeira, da instrução formal ou do trabalho entre um aprendiz e um aprendiz mais experiente.
·    O processo básico pelo qual isto ocorre é a mediação (a ligação entre duas estruturas, uma social e uma pessoalmente construída, através de instrumentos ou sinais). Quando os signos culturais vão sendo internalizados pelo sujeito é quando os humanos adquirem a capacidade de uma ordem de pensamento mais elevada.
•      Ao contrário da imagem de Piaget em que o indivíduo constrói a compreensão do mundo, o conhecimento sozinho, Vygostky via o desenvolvimento cognitivo como dependendo mais das interacções com as pessoas e com os instrumentos do mundo da criança.
•      Esses instrumentos são reais: canetas, papel, computadores; ou símbolos: linguagem, sistemas matemáticos, signos.
·    Um pressuposto básico de Vygotsky é a de que durante o curso do desenvolvimento, tudo aparece duas vezes:
•      1º a criança entra em contacto com o ambiente social, o que ocorre ao nível interpessoal.  
•      Depois a criança entra em contacto com ela própria, num nível intrapessoal.


Teoria de Vygotsky do Desenvolvimento Cognitivo
  Vygostsky sublinhou as influências socioculturais no desenvolvimento cognitivo da criança:
- O desenvolvimento não pode ser separado do contexto social
- A cultura afeta a forma como pensamos e o que pensamos
- Cada cultura tem o seu próprio impacto
- O conhecimento depende da experiência social
·        A criança desenvolve representações mentais do mundo através da cultura e da linguagem.
·        Os adultos têm um importante papel no desenvolvimento através da orientação que dão e por ensinarem
·        Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) – intervalo entre a resolução de problemas assistida e individual.
Vygotsky – Implicações na Educação
     Participação ativa do sujeito e aceitação das diferenças individuais
•         Descoberta assistida vs. Descoberta independente (Piaget)
•         Jogo do faz de conta é o contexto ideal para promover o desenvolvimento cognitivo.
•         Promove aprendizagem cooperativa
•         Atividades entre estudantes de diferentes níveis competências
•         Acompanhamento e utilização da ZDP da criança
•         Utilizar os pares com mais competências como professores
•         Monitorização e encorajamento da linguagem/discurso interior
•         A instrução em contextos significativos
•         Transformação da sala de aula

Desafios a teoria
•         A comunicação verbal pode não ser a única forma pela qual o pensamento se desenvolve.
•         Os educadores podem orientar as crianças em diferentes formas, trans-culturalmente.